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Jul 13

 

 

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(Quando paro à porta da antiga fábrica)

 

Quando paro à porta da antiga fábrica

onde meu avô trabalhou. Risca. Quando

a fábrica onde meu avô trabalhou

surge de repente aos meus olhos,

sem eu a ter procurado, e. Risca.

Passam de repente nos meus olhos

muitas imagens, uma delas é a porta

da fábrica onde meu avô trabalhou.

Ali me deu uma vez des escudos para.

Risca. É um poema num café. Dele

faz parte uma mesa de café e um café.

Depois olho pela janela do café

e não está lá fábrica nenhuma,

não está lá porta nenhuma, e também

sinceramente não tenho bem

a certeza de ser eu que estou aqui.

Mas o meu avô estava lá de certeza.

 

                          Helder Moura Pereira (n. 1949)

 

(extraído da Revista «Relâmpago» nº. 29/30 - Outubro 2011-Abril 2012)

 

publicado por flordocardo às 14:21
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