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A MINHA ESPERANÇA EM FORMA DE SONETO
A minha esperança vem de longe,
Dos arcanos da vida,
Das primeiras pegadas do Homem sobre a Terra,
Quando o sol era ainda uma promessa.
A minha esperança dobra o cabo
de todas as noites e tormentas,
e navega altaneira pelos céus
donde me falam todas as estrelas.
A minha esperança é universal,
maior do que o sonho onde germina
a árvore de todas as certezas.
A minha esperança não tem idade,
É tão antiga e fecunda como o tempo
E chega aonde chega a Liberdade.
António Arnaut (n. 1936)
(do livro «Alfabeto Íntimo e outros poemas» - Coimbra Editora, 2013)