15
Dez 13

 

*   *   *

 

Isto de reunir os meus poemas está a ficar um pouco ciclópico... Depois de umas supressões, vou em 168 páginas, mas ainda algo longe de ver o fundo ao tacho...

 

Já não será este mês que acabo a coisa. Aponto agora para o dia 12 de Janeiro de 2014. Acham que vou conseguir?

 

 

publicado por flordocardo às 04:57

13
Dez 13

 

 

*   *   *

 

Eis-me regressado há pouco mais de 50 minutos de uma ressonância magnética, realizada no Hospital de Dª. Estefânia. Foi uma seca monumental, acreditem (até os braços me ficaram dormentes).

Agora vou matar a enorme galga que tenho, pois não como nada desde o meio-dia.

Sai um bife à Café!


publicado por flordocardo às 21:16
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11
Dez 13

 

*   *

 

O poeta moçambicano Virgílio de Lemos morreu no passado dia 6, em Paris. Só agora, infelizmente, tomei contacto com a sua poesia.

Em 2010, a Imprensa Nacional publicou «Jogos de Prazer», volume de mais de 600 páginas que colige a sua poesia completa.

 

*

 

CANTEMOS COM OS POETAS DE HAITI

 

Cruzo os braços, Baby, e deixo-me ficar
Apreensivo e triste, meditando:
Tu, Baby, e os poetas nossos irmãos
Que escrevem cânticos no Haiti,
Sabem da vida incerta e vazia
Dos negros das ilhas e Américas
Dos que sofrem em África e Oceânia.

Lembras-te daquele poema universal
Que falava de desumanidade?
Lembras-te dos segredos nas entrelinhas
Dos poemas verticais da Noémia de Sousa
Sempre em papel amarelo?

Ah, se tudo fosse como nos sonhos belos
Cheio de romance e fantasia doce
Não haveria, Baby, o desespero
Nos cânticos dos poetas de Haiti
Nem segredos havia, fundos de angústia
Nos poemas verticais de desespero!

Ah, nem tudo, Baby, nem mesmo eu
Faríamos da poesia um cântico triste
E só falaríamos de paz, amor,
E numa sede constante do azul do céu!
Mas se é dor o mundo que nos cerca,
Cantemos com os poetas de Haiti
Uma canção amarga que se não perca,
Cantemos em uníssono, porque lá ou aqui,
Os segredos são iguais, fundos de angústia,
E os poemas verticais, também de desespero.

 

                                       Virgílio de Lemos (1929-2013)



 

publicado por flordocardo às 02:05
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08
Dez 13

 

* * *

 

A MINHA ESPERANÇA EM FORMA DE SONETO

A minha esperança vem de longe,
Dos arcanos da vida,
Das primeiras pegadas do Homem sobre a Terra,
Quando o sol era ainda uma promessa.
A minha esperança dobra o cabo 
de todas as noites e tormentas,
e navega altaneira pelos céus
donde me falam todas as estrelas.
A minha esperança é universal,
maior do que o sonho onde germina
a árvore de todas as certezas.
A minha esperança não tem idade,
É tão antiga e fecunda como o tempo
E chega aonde chega a Liberdade.

                                     António Arnaut (n. 1936)

(do livro «Alfabeto Íntimo e outros poemas» - Coimbra Editora, 2013)


publicado por flordocardo às 21:09
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Enquanto centenas e centenas de cidadãos se manifestavam ontem em Viana do Castelo em solidariedade com os trabalhadores dos ENCV, gente proveniente dos mais diversos quadrantes políticos e entre a qual, nomeadamente, se encontrava o aniversariante Soares, eis que Seguro (o Tó Zé) deambulava por Idanha-a-Nova, experimentando um veículo eléctrico e apelando ao governo para não se esquecer de investir no Interior do país...


A ideia teria eventualmente algo de positivo, apesar de já repetida pelo PS há meses atrás, não fosse o despropósito da coisa, é claro. Inapelavelmente, ninguém ligou peva ao Tó Zé.

O Tó Zé tem medo das multidões. O Tó Zé tem medo, antes de tudo, dos operários. O Tó Zé não percebe nem nunca irá perceber que o seu faro político é de uma pobreza abaixo de zero. O Tó Zé não percebe nem nunca irá perceber da necessidade urgente - urgentíssima! -, de criar, sustentar e desenvolver uma ampla frente democrática patriótica capaz de derrubar quanto antes o governo PSD/CDS e de colocar o nosso país no rumo do desenvolvimento e do progresso. O Tó Zé só espera que o poder lhe caia no regaço para, quanto à essência, fazer então tudo igual ao que tem feito a quadrilha governamental.

O Tó Zé, o "Grande" Tó Zé, é um descomunal zero à esquerda!


Foto: Os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo estão em Vigília na praça da República em Viana do Castelo...luta dura mas os trabalhadores não vergam...transformemos esta vigília no combate sem tréguas pelo derrube deste governo vende-pátrias."Uma coisa tem de ser definitivamente assumida e colocada sem ambiguidades: de nada vale negociar com patifes e corruptos que só se preocupam em levar até às últimas consequências e sem quaisquer rebuços a venda do país e alimentam um completo desprezo e ódio de classe aos trabalhadores e aos democratas e patriotas. Só varrendo com este governo de traidores e unindo todas as forças para a formação de um governo democrático e patriótico é possível parar a tempo esta ofensiva da contra-revolução.Todos à manifestação de 13 de Dezembro. Derrubemos o governo vende-pátrias, por um governo democrático patriótico!" (in http://lutapopularonline.org/)

publicado por flordocardo às 20:40

07
Dez 13

 

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(imagem do jornal Público)
Tabela de populações em risco de pobreza ou exclusão social na Europa, segundo dados do Eurostat.
Em Portugal são agora 2,7 milhões de pessoas. 

*

«Há dias em que até o cronista mais cínico se reconcilia com o mundo. O mundo é o mesmo, as pessoas são as mesmas, a existência não deixou de ser a tragédia absurda de sempre. Porém, de súbito, no meio do Inverno, o Sol rompe gloriosamente entre as ramagens descarnadas das árvores, o céu é alto e limpo, a luz quase magoa, de tão branca, e então, insensatamente, tudo, mundo e existência, parece fazer sentido.
Talvez, quem sabe?, o coração precise de mais um pretexto para repousar por um momento da desesperança e os olhos para se abrirem para o calor das coisas e para a alegria. Mas em dias assim dir-se-ia que tudo se conjuga numa imensa conspiração contra o cepticismo.»
Manuel António Pina (in «Por outras palavras»)
publicado por flordocardo às 18:15

 

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Nelson Mandela: 1918-2013


Morreu ontem um homem de princípios.

publicado por flordocardo às 01:59

05
Dez 13

 

 

*   *   *

 

A PÁGINA BRANCA

 

Havia uma vez, naquela cidade de província

onde joguei bilhar no intervalo de ver chegarem

e partirem as traineiras, uma jovem mulher

que se sentava na mesa mais triste do café,

e olhava em frente, sem que os seus olhos

mudassem de expressão. Todos os dias era

assim, e dela só fiquei a saber que ninguém

a conhecia. Na mesa, o mesmo livro com o mesmo

marcador que nunca saía da mesma página,

e que ela nunca abria como se não quisesse saber

como a história acabava. Naquele café, tiraram

o bilhar; naquela cidade já não há traineiras

a chegar e a partir; mas quando olho para

a mesa do canto onde a jovem mulher se

sentava, penso sempre na história que ficou

a meio, sem que eu saiba como acabou.

 

                                               Nuno Júdice (n. 1949)

 

(do livro «Navegação de acaso» - Publicações Dom Quixote, Lisboa, Nov./2013)

 

publicado por flordocardo às 00:36
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01
Dez 13

 

 

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«É do volume de dados de que dispõe que a nossa época tira o imerecido sentimento da sua superioridade; quando afinal o verdadeiro critério assenta no grau em que o homem sabe dar forma às informações

e dominá-las.»

Goethe

publicado por flordocardo às 03:19
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