27
Fev 14

 

*   *

 

UM POEMA TRANQULO

 

um pássaro qualquer insistente volteia por aqui

toma altura e mergulha depois tranquilo

por entre o betão destes prédios altos

da avenida de berna e da cinco de outubro

 

queria escrever um poema assim tranquilo

 

mas não é fácil sabem

entre canos

soros tubos sangues fístulas

tecer um poema tranquilo

é fodido

 

(provavelmente sempre o foi

e o pássaro saberá mais disso do que eu)

 

 

(Lisboa, 26-27.02.2014)

 

publicado por flordocardo às 15:34

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