* * *
Únicos e raros
Mas sente agora a minha crueldade
sem defesa,
porque to confesso e confesso em verdade
e com verdade: se de alguma coisa tive medo
foi do teu riso trémulo
e poroso como um
desmaio,
do recorte dos ombros,
da tua camisola verde - de um poema
de Byron.
E, sobretudo, sim, da tua grande, da tua imensa
tristeza.
E só por isso
me doeu o deserto que te (e me) arrastava; tantas as mágoas,
as afinidades,
as cumplicidades.
Porque nós somos únicos
e raros.
Juro.
Eduarda Chiote (n. 1930)
(do livro «O Meu Lugar à Mesa» - Quasi Edições, 2006)
publicado por flordocardo às 13:16
Tenho lido neste blog alguns belos poemas de autores que desconhecia, fico agradecida...
Um abraço
Rosinda a 29 de Julho de 2010 às 14:00
Não há nada que agradecer, pois é tudo de boa vontade.
Grande abraço! *
Nem de férias ficas quieto? Mas ainda bem!
Bjitos! *
TF a 29 de Julho de 2010 às 14:51
Bicho-de-carpinteiro!!!
Bjitos! :-)
A minha avó dizia sempre isso, que eu tinha o bicho-carpinteiro. Ainda hoje acho que é das expressões mais curiosas e engraçadas e também acho que tem um significado muito interessante, além da primeira vista =)
Ana a 30 de Julho de 2010 às 13:59
Bonito (de mais uma poeta que eu não conhecia).
Xau! *
Melt a 29 de Julho de 2010 às 17:12
A minha mãe uma vez disse ao meu pai que o que lhe chamou a atenção nele foi a sua tristeza.
Este poema é belo e profundo muito além do que eu puder dizer.
Ana a 30 de Julho de 2010 às 14:01
O poema torna-se mais belo quando nos diz o que não soubemos dizer (pelo menos de forma convincente). É uma das minhas teorias.
Abração! *
Essa teoria tem o seu muito de correta, a meu ver.
Retribuo o abração ainda que não esteja certa quanto ao que seja. É-o pela duração, pela intensidade do aperto, pela vontade que se tem dele...? O que é que torna um abração nele mesmo? =P
LOL
Ana a 31 de Julho de 2010 às 01:14
Se juntares essas 3 coisas, tens a resposta. Mas acho que a última é a mais importante.
Mas uma coisa também é certa: tens língua de perguntadeira,ó lá lá. LOL
Se eu te contasse... =P
Ana a 31 de Julho de 2010 às 19:13
Quando é mesmo preciso, eu sou como um POÇO, sabes? Quando não é preciso, acho que muitas vezes falo de mais e a minha sinceridade incomoda, constrange.
Sou assim.
Bjito! *
Acredito.
A tua sinceridade nunca me incomodou, até agora. E mesmo que me incomode é de mim responder com igual sinceridade. Se for justo melhor, se for injusto lutarei. Sou assim =)
Ana a 31 de Julho de 2010 às 19:30