«COM DESEMPREGO PERDEMOS TODOS» - eis o que se pode ler num dos cartazes bloquistas que andam aí pelas ruas.
Concluo desta "científica" propaganda visual que o flagelo do desemprego também afecta o patronato nacional, seja ele de grande, médio ou pequeno porte…
Fechou a «Delphi», na Guarda? Pois ficaram a perder os operários, os capatazes, os quadros intermédios, mas também os donos da multinacional norte-americana, não é? Ou seja, todos (por igual?)… Fechou uma média fábrica têxtil lá no Norte? Pois ficaram todos a perder – incluindo o patrão que agora se prepara para mudar de ramo… O senhor Constantino fechou a retrosaria? Pois ficaram a perder todos; os dois empregados, o patrão e ainda a Fátima Lopes (cliente habitual da casa)…
Dos desempregados, uns ficaram com um miserável e condicionado subsídio de desemprego (e outros não, por não serem efectivos). Às contas bancárias dos patrões ninguém foi, coitadas delas... Mas que é que isso interessa, se na verdade todos, mas todos, ficaram a perder?...
Eis mais um pequeno exemplo da política “revolucionária” do BE, a qual consiste nisto: desfocar a realidade das coisas para caçar votos a qualquer preço. Os votos todos, claro (menos o meu).
Além do mais, sinceramente, eu pensava que com o desemprego somente os capitalistas ficavam a ganhar; mais que não seja pela pressão óbvia assim exercida sobre os salários daqueles que ainda trabalham. Marx e Engels explicaram isto lapidarmente, mas os nossos bloquistas já estão noutra...
É assim a vida dos oportunistas.