1. Se é verdade aquilo que alguns jornais noticiaram, o Ministério da Educação está a oferecer lugares para "auxiliares de educação" e "assistentes operacionais" (gosto desta dos "operacionais"...), os quais lugares serão remunerados com um salário bruto de três euros por hora.
Haverá candidatos? Talvez. Mas o que é relevante, mais uma vez, é o facto dos salários deste país estarem a descer para níveis dignos dos da industriosa China, dando o próprio Estado o "exemplo"... Como não vi nenhum desmentido por aí...
2. Como isto vai de vento em popa (quer dizer, como um mal nunca vem só...), o Governo acaba de anunciar medidas extraordinárias e mais uma vez "salvadoras" (umas imediatas, outras para 2011): aumento do IVA de 21 para 23 por cento; redução de pelo menos 5 por cento nos salários dos trabalhadores do Estado que ganhem acima dos 1500 euros; congelamento dos investimentos públicos; cortes no Abono de Família e congelamento das pensões; transferência do fundo de pensões da PT para o Estado (1,6 mil milhões de euros), etc., etc.
3. E o Governo escolheu o timing certo para anunciar tais brutalidades: significativamente, o dia em que algumas dezenas de milhar de trabalhadores e dirigentes sindicais se manifestaram em Lisboa e no Porto, e em que a direcção da CGTP titubeou mais uma vez quanto a saber se convoca ou não uma Greve Geral Nacional contra esta política rapace do capital e seus serventuários... E se bem me lembro, acho que a direcção da CGTP também fez parte daquele coro de basbaques que considerou uma «vitória da esquerda» a vitória do PS do Engº. Sócrates nas legislativas de Fevereiro de 2005... Pois é...
4. Há muito trabalho pela frente e isto não vai ficar assim!!!
(PS - Ah, ia-me esquecendo. Na segunda-feira passada, à saída do encontro com o PR, a esquerda parlamentar (seja lá o que isso seja) declarou, praticamente a uma só voz, não estar interessada numa «crise política» e que tudo faria para a evitar...)