Os fins-de-semana, decididamente, não me andam a correr bem (como já devem ter percebido)...
Haverá culpados? Talvez, não sei... O que sei é que (a modos que para colmatar a coisa) ouvi durante a última tarde uma colectânea de canções do Chico Buarque. Deu para aliviar, mas não muito...
Neste instante escuto o Carlos Barreto em quinteto; o CD que tem por título «Impressões» e é datado de 1994. Um bom disco de jazz. Aliviei? Alguma coisa, mas não muito...
Ainda ao som de Carlos Barreto, eis que pego então em Pedro Tamen. Livro? «Memória Indescritível», de 2000.
Fixo-me num poema. Este...
* *
AZIMUTO A MINHA BARCA
Azimuto a minha barca
e o porto é onde já estou.
Esta chuva que me encharca
é a que nunca pingou.
Olho pra trás desasado
das asas que nunca tive.
Não há mudança de estado
na descida do declive.
Pedro que sou, reduzo
o sapato em que me meto
a moído parafuso
e a desgosto secreto.
Desalimento a certeza,
aperto a chave ao sorriso,
lavo a loiça, ponho a mesa,
falo faceto, agonizo.
* *
Fiquei melhor? Um pouco. Mas mesmo assim antevejo um resto de domingo convulso.
E aí desse lado? Que me podeis dizer, ó gentes?...