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Nov 10

 

 

*

Cantiga do Ódio

 

O amor de guardar ódios
agrada ao meu coração,
se o ódio guardar o amor
de servir a servidão.
Há-de sentir o meu ódio
quem o meu ódio mereça:
ó vida, cega-me os olhos
se não cumprir a promessa.
E venha a morte depois
fria como a luz dos astros:
que nos importa morrer
se não morrermos de rastros? 

                                         Carlos de Oliveira (1921-1981)

(do livro «Mãe Pobre» - 1945)

 

publicado por flordocardo às 12:47
tags:

Eis um poema muito oportuno!
Abraço! *
Luísa a 9 de Novembro de 2010 às 17:41

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