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Em complemento do meu post das 01h 49m de hoje importará dizer…
Percorri uma série de blogues e pouquíssimos se referiam à greve geral a última quarta-feira. Os que o faziam eram do tipo «este blogue está hoje em greve geral».
Estranho. Estranho, uma vez que não é todos os dias que uma greve geral tem lugar, muito menos numa conjuntura política e económica como a que actualmente vivemos.
Mais significativo, porém, foi o (indecente) rasto jornalístico que a greve geral deixou atrás de si. O qual me indigna – devo desde já declarar.
Na verdade, não podendo negar que a greve geral teve elevada adesão, toda uma série de comentadores, editorialistas, ensaístas, politólogos, sociólogos, etc., trataram de amesquinhar a coisa declarando que ela não tinha servido para nada. Eles compreendiam o descontentamento, mas…
Mas afinal o que é que estas doutas excelências queriam? Que a greve geral tivesse conduzido à dissolução do FMI? Que tivesse obrigado à demissão da senhora Angela Merkel (quando isso compete em primeiro lugar ao povo alemão)? Que no dia a seguir Sócrates se demitisse e fugisse para parte incerta? Que um governo dos trabalhadores assumisse funções de imediato...
Ó doutas criaturas, tende calma e não apresseis as coisas. A procissão ainda vai no adro, pelo que não vale a pena serem mais papistas que o Papa…
Ou será que antes queríeis que o pessoal ficasse quietinho, trabalhando, mal comendo e calando? Acho que era mais isso, não?...
Cuidai-vos, pois quando chegar a altura ireis ter um lindo enterro!