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(Quero dar-te um nome, meu amor)
Quero dar-te um nome, meu amor,
um nome inventado,
um nome secretamente, que só tu conheças
e tires sozinha como um brinco da orelha.
Quero te dar um nome, meu amor,
mas só encontro este corpo, como escudo
em que grave o teu nome,
teu nome secretamente, que só os dois conheçam.
Quero te dar um nome, meu amor,
mas desisto. Estou aqui
e me dispo. Teu nome é o meu afago,
minha mão, minha ternura, eu não ser o teu nome,
tu
jamais existires.
José Santiago Naud (Brasil, n. 1930)
(do livro «Conhecimento a Oeste» - Moraes Editores, Abril/1974)