Esta semana, o FMI “avisou” Portugal… Contrariando as previsões feitas em Outubro, aquela instituição apareceu agora com um cenário bem pior para o nosso país, aproveitando para dar um conjunto de conselhos. Tais como: redução da massa salarial da função pública e da despesa com transferências sociais; redução dos benefícios fiscais; alteração da legislação laboral; e, em último caso, aumento dos impostos (IVA).
Convenhamos que a receita, draconiana, não difere muito da aplicada a Portugal em 1983…
Por outro lado, sabemos hoje, melhor do que nunca, ao que conduziram este tipo de medidas propostas pelo FMI. Bastará ter presente o que sucedeu na Argentina…
É claro que o governo do Engº. Sócrates se apressou logo a dizer que, bem…, não era bem assim…, que não iria aumentar os impostos…
O que o governo não disse (porque não pensa fazer), mas devia ter dito, é que, entre outras coisas, é impensável continuar a ter gestores públicos principescamente pagos!
Não disse o governo nem disse o FMI. Mas ambos sabem que nós sabemos que há gestores que deviam ter vergonha na cara (mas na verdade têm é polícias à porta de casa a guardar-lhes o coirão!...), tendo em conta o que auferem…
Eis alguns exemplos (socorrendo-me eu de um artigo publicado no passado dia 30 de Novembro no Diário de Notícias):
- Fernando Pinto, presidente do Conselho de Administração da TAP – 816. 330 euros/ano, segundo a declaração entregue em Junho no Tribunal Constitucional;
- Faria de Oliveira, presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos – 700.874 euros/ano;
- Mário Donas, presidente da Margueira - Sociedade Gestão de Fundos Investimento Imobiliário – 231.924 euros/ano (segundo declaração apresentada ao TC em Junho de 2006)
- Nuno Vasconcelos, do IHRU - Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana – 154.650 euros/ano;
- Pedro Serra, presidente da Águas de Portugal - 133 253 euros/ano;
- Estêvão Moura, da Imprensa Nacional-Casa da Moeda - 120 731 euros/ano;
- João Manuel Plácido, presidente da Parpública – 120.731 euros/ano;
- Guilhermino Rodrigues, presidente do Conselho de Administração da ANA – 102.500 euros/ano;
António Silva Albuquerque, da Sagesecur – 88.327 euros/ano;
Vítor Coelho Barros, presidente da Companhia das Lezírias – 55.047 euros/ano.
Ora aqui está, meus senhores…
E já agora diga-se que o sr. António Mexia (EDP) nunca entregou declaração de rendimentos no TC desde que deixou de ser ministro; e que José Penedos (REN), agora tão falado devido ao caso “Face Oculta”, nunca entregou uma declaração de rendimentos que fosse no mesmo TC.