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Parece que segundo os últimos dados recentemente disponíveis (reportam-se aos números apurados até Setembro de 2010) a dívida externa líquida do país se cifra em 180 biliões de euros.
A ser assim, cada português está a dever, em média, 18 mil euros ao estrangeiro.
Nenhum dos "grandes cérebros nacionais" da burguesia, travestido ora de "político", ora de "economista" (ou das duas coisas em simultâneo), aparece a explicar como chegámos a isto depois de 25 anos de «integração europeia». Não há responsáveis, já repararam?...
Eu, por agora, continuo a dizer: não pago!
Todavia, por mais que eu grite "não pago!", eu sempre vou pagando alguma coisa, nomeadamente: através do passe de comboio, cujo preço aumentou; do aumento do IVA, que fez aumentar muitos bens de consumo diário; do aumento do preço das taxas moderadoras nos hospitais; do aumento do preço dos combustíveis resultante, dizem, do aumento do preço do petróleo...
Estou a derrear, tal como vós. Pagamos mesmo sem querermos pagar.
A imediata conclusão disto no meu espírito é esta: o FMI (de braço dado com o BCE) já cá está!
Portanto, não sei porque andam aí com tanta treta da treta a respeito da vinda ou não vinda do FMI até Portugal...
A outra ilacção que cada vez aparece mais nítida à minha frente é esta: creio que a situação de hoje tem cada vez mais semelhanças com a do tempo do «marcelismo», a qual desembocou, como é sabido, no 25 de Abril de 1974. Esta ilacção, confesso (eu sou assim, de confissões inesperadas), conforta-me um bocadinho a alma - uma alma que nunca teve predilecção por cravos (ou não se chamasse este blogue «flor do cardo»).