Uma pessoa a quem muito, muito quero, disse-me há pouco que não sabe como me ajudar. Porém, tenho a certeza que ela precisa mais de ajuda do que eu.
Mas seja assim: precisamos os dois de ajuda.
Sem soluções na manga (qualquer um dos dois), faltam-me, portanto, as palavras de novo.
Na verdade, neste momento tenso só consigo lembrar-me de um poema de Manuel Bandeira (Brasil, 1886-1968), intitulado «Neologismo», o qual talvez nos possa ajudar a ambos. Talvez o seu humor seco..., quem sabe...
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NEOLOGISMO
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.
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PS - Neste instante, lá fora, chove intensamente.