19
Jan 11

 

*    *

 

(Serenamente sem tocar nos ecos)

 

Serenamente sem tocar nos ecos

Ergue a tua voz

E conduz cada palavra

Pelo estreito caminho.

 

Vive com a memória exacta

De todos os desastres

Aos deuses não perdoes os naufrágios

Nem a divisão cruel dos teus membros.

 

No dia puro procura um rosto puro

Um rosto voluntário que apesar

Do tempo dos suplícios e dos nojos

Enfrente a imagem límpida do mar.

 

                                        Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)

 

(do livro «No Tempo Dividido» - 4ª. edição, revista - Editorial Caminho/2005)



 

 

publicado por flordocardo às 00:50
tags:

Os poemas da Sophia mexem sempre comigo.
Obrigado por os trazeres aqui de vez em quando!
anónima a 20 de Janeiro de 2011 às 21:44

Acho que isso é um bom sinal. :)
flordocardo a 20 de Janeiro de 2011 às 22:16

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