* *
Uma só palavra
Agora tenho de escrever o poema
porque nada está escrito. E o que se acaba não acaba
e os temas todos são o mesmo tema
e todas as palavras uma só palavra.
Qual ela seja ao certo ninguém sabe
mas algures estamos nela e ela em nós.
E nela cabe a vida e nela cabe
o que depois da vida não tem voz.
(Entre Lisboa e Foz do Arelho, 3-6-2006)
Manuel Alegre (n. 1936)
(do livro «Doze Naus» - Publicações Dom Quixote, Lisboa/2007)