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O patronato (aquele patronato que, por certo, faz parte da categoria dos tais “bons alunos”…) queria despedimentos mais baratos. Indemnizações entre 21 a 15 dias por cada ano de trabalho, em vez dos 30 dias em vigor. E queria ainda que as indemnizações tivessem um limite de 12 anos, ou seja, 12 salários.
O governo Sócrates, através da Ministra do Trabalho, acaba de dar ao patronato isso tudo: 20 dias de indemnização por cada ano de trabalho, até ao limite de 12 salários (salários-base e não "brutos") - ainda que tal só passe a ser assim para quem seja contratado depois da entrada em vigor desta alteração à lei.
Pretexto? O do “aliviar” os encargos das empresas com os despedimentos…
Explicou a ministra que é assim que se faz em Espanha… Olé! Com este “argumento” ficamos todos muitos mais descansados, não é?
É de notar ainda outra coisa: esta alteração vai criar uma nova divisão entre trabalhadores, como convém à classe dominante. Sendo Portugal um dos países europeus com maior número de trabalhadores precários, agora fica instituída uma nova dualidade entre trabalhadores, ou seja, entre os que já eram contratados aquando da entrada em vigor da lei e os novos contratados após a implementação da mesma…
Tudo em prol da Nação!...
E o Progresso? Vocês vão ver que ele fica já ali, mesmo ali ao virar da esquina…