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Jan 11

 

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II Soneto para Cesário

 

Se te encontrasse, agora, na paisagem

nocturna dos fantasmas da cidade,

contava-te dos nossos pobres versos

no teu rasto de sombra e claridade

 

Contava-te do frio que há em medir

a distância entre as mãos e as estrelas,

com lágrimas de pedra nos sapatos

e um cansaço impossível de escondê-las

 

Contava-te – sei lá – desta rotina

de embalarmos a morte nas paredes,

de tecermos o destino nas valetas

 

De uma história de luas e de esquinas,

com retratos e flores da madrugada

a boiarem na água das sarjetas.

 

 

                           Dinis Machado (1930-2008) 

 

(extraído da Revista «Ler», nº 74 – Novembro/2008)

 

publicado por flordocardo às 00:51
tags:

Precisamente o que estava a pensar...belo!!!Nada mais.
Bjokas
ónix a 30 de Janeiro de 2011 às 23:09

Então, obrigado(s)!
flordocardo a 31 de Janeiro de 2011 às 15:31

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