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(Para quê falar?)
Para quê falar?
Mas para quê calar?
Não há ouvido para a nossa palavra,
mas também não há ouvido para o nosso silêncio.
Ambos se alimentam unicamente entre si.
E às vezes permutam as suas zonas,
Como se quisessem amparar-se mutuamente.
Roberto Juarroz (Argentina, 1925-1995)
(do livro «Poesia Vertical - Roberto Juarroz» - antologia tradução e notas de Arnaldo Saraiva - Campo das Letras, Editores S.A., 1998)