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Laranjas
São laranjas que trazem os navios.
Alinham-se no cais. Circulam na cidade
São esta cor das ruas e dos montes
Inundam a manhã de claridade
Ladeiam os caminhos
Como quem volta aos ramos
Em cada mão acendem a promessa
Tão viva que magoa nos sentidos
E túrgidas se mostram. Ardem. Pulsam.
No coração dos homens,
Redondas, como um gládio, amadurecem.
Edgar Carneiro (1913-2011)
(do livro «Antologia Poética» - Espinho, Elefante Editores, 1998)