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Mar 11

 

 

Não te fies do tempo nem da eternidade

Não te fies do tempo nem da eternidade
que as nuvens me puxam pelos vestidos,
que os ventos me arrastam contra o meu desejo.
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te vejo!

Não demores tão longe, em lugar tão secreto,
nácar de silêncio que o mar comprime,
ó lábio, limite do instante absoluto!
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te escuto!

Aparece-me agora, que ainda reconheço
a anêmona aberta na tua face
e em redor dos muros o vento inimigo...
Apressa-te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te digo...

 
                                                      Cecília Meireles (Brasil, 1901-1964)
(do livro «Retrato Natural») 
 
publicado por flordocardo às 00:20
tags:

As saudades e o desejo andam quase sempre de mãos dadas. Belo poema. ;)

beijinhos***
Só Avulso a 31 de Março de 2011 às 12:21

Quase sempre.
Bjitos!
flordocardo a 2 de Abril de 2011 às 03:40

Mais um belíssimo poema.
Força!
Melt a 31 de Março de 2011 às 12:31

Um belo poema ...
Fique bem
Abraço
Rosinda
Rosinda a 31 de Março de 2011 às 19:02

Obrigado por continuares a deixar o teu rasto por aqui.
Bjitos!









flordocardo a 1 de Abril de 2011 às 01:13

Gosto outra vez!
Fica bem! *
TF a 31 de Março de 2011 às 22:47

Nada parece eterno, é verdade, mas as ideias justas, mesmo subjugadas eternizam-se...
Porto Santo a 1 de Abril de 2011 às 00:35

Também acho que sim!
Força!
flordocardo a 1 de Abril de 2011 às 01:12

Triste mas belo.Não tenho mais palavras.
Beijinhos grandes
ónix a 2 de Abril de 2011 às 00:01

Penso o mesmo.
Bjões e bom fim-de-semana! *
flordocardo a 2 de Abril de 2011 às 03:40

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