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Abr 11

 

*   * 

 

Um Verso

 

Um verso. Nada mais que um verso cintilante

contra o equilíbrio cósmico e a expansão do universo

na cauda do cometa mais errante

no coração do espaço e seu avesso

uma sílaba cantante

um verso.

 

Para além dos buracos negros e das linhas interestelares

um som no espaço

um eco pelos ares

um timbre um risco um traço.

 

Um som de um som: alquimia

de signos e sinais

não mais do que outra forma de energia

imagens espectrais

de um sol inverso

um ponto luminoso nos fractais

um verso.

 

14.12.97

                                                     Manuel Alegre

publicado por flordocardo às 01:21
tags:

Gosto!
ramsés a 4 de Abril de 2011 às 13:58

Manuel Alegre tem poemas maravilhosos...este é um deles. É melhor a escrever poemas do que político.
Bjunhos
ónix a 8 de Abril de 2011 às 23:33

Concordo!
flordocardo a 9 de Abril de 2011 às 01:02

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