09
Jun 11

 

*   *

 

OS TEMPOS QUE AÍ VÊM

 

Vêm aí tempos ainda mais difíceis

cujo sol não colmatará em pleno

Tempos de cardos e de pedras

tempos sem aparente meridiano

 

E todavia estaremos aqui

Não teremos como virar a cara

não teremos remédio senão ocupar as mãos

depois de as olharmos profundamente

 

E entre estilhaços encontraremos o caminho

entre estilhaços o meridiano

a própria voz de cada palavra

o próprio sol de cada voz

 

Não é assim

velha toupeira?

 

 

(Parede, 08-06-2011)

*

 

(K. Marx dizia que a revolução era como uma «velha toupeira», que circula incessantemente por baixo da terra, sem que se perceba a sua trajectória.

Até que, de repente, irrompe bruscamente na superfície.

Com isso queria dizer que, apesar dos períodos de calmaria, a luta de classes – considerada por ele como o “motor da história” – não se detinha

e surpreendia a muitos, reiteradamente, pelos lugares e formas que assumia.) 

 

publicado por flordocardo às 00:37

muito bom e grande verdade.
porto santo a 9 de Junho de 2011 às 22:27

Hum, hum... Gosto!
Bjitos!
Melt a 11 de Junho de 2011 às 21:13

Gosto e é oportuníssimo!
Força!
ramsés a 11 de Junho de 2011 às 21:29

Assim mesmo é que é!
incógnito a 16 de Junho de 2011 às 08:47

Muito, muito bom.
Abraço
ónix a 23 de Junho de 2011 às 23:49

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