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Nov 11

 

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Quem ora soubesse
Onde o Amor nasce,
Que o semeasse!

De Amor e seus danos
Me fiz lavrador;
Semeava Amor
E colhia enganos;
Não vi, em meus anos,
Homem que apanhasse
O que semeasse.

Vi terra florida
De lindos abrolhos,
Lindos pera os olhos,
Duros pera a vida;
Mas a rês perdida
Que tal erva pasce
Em forte hora nasce.

Com tanto perdi,
Trabalhava em vão:
Se semeei grão,
Grã dor colhi.
Amor nunca vi
Que muito durasse,
Que não magoasse.

 

                                         LUÍS VAZ DE CAMÕES

 

publicado por flordocardo às 01:47
tags:

Gosto. E que passemos a não trabalhar em vão!
Abraço e continuação das melhoras!
TF a 24 de Novembro de 2011 às 18:37

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