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Dez 11

 

*   *   *

 

(Não digo do Natal - digo da nata)
 

Não digo do Natal - digo da nata
do tempo que se coalha com o frio
e nos fica branquíssima e exacta
nas mãos que não sabem de que cio

 

nasceu esta semente; mas que invade
esses tempos relíquidos e pardos
e faz assim que o coração se agrade
de terrenos de pedras e de cardos

 

por dezembros cobertos. Só então
é que descobre dias de brancura
esta nova pupila, outra visão,

 

e as cores da terra são feroz loucura
moídas numa só, e feitas pão
com que a vida resiste, e anda, e dura.

 

                                                   Pedro Tamen (n. 1934)

 

publicado por flordocardo às 01:25
tags:

Belo. E aproveito para te desejar um Bom Natal!
Força!
Melt a 18 de Dezembro de 2011 às 18:08

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