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Dez 09

 

Hoje acordei assim: a pensar em melros. A manhã toda, o início da tarde... Não há nada a fazer.

 
 

 

 

 

 
*
 

 

 

Ninhos de melro

 

"Dias antes de morrer, acordou com vontade de ir aos ninhos. Tentou levantar-se da cama. Que queria trepar às árvores. Que sabia de um ninho de melro abandonado. Disseram-lhe que a primavera já tinha passado, que as árvores estavam escorregadias, que já não havia árvores, que os pássaros já não sabiam fazer ninhos... Mas ele continuava a insistir. Entrou depois num longo delírio. De vez em quando pronunciava palavras como musgo cor-de-rosa, lama seca, palavras que se foram tornando cada vez mais indistintas. Por último, parece que chilreava."

 

 Jorge Sousa Braga

 

publicado por flordocardo às 15:38

E aproveitando esta época natalícia, porque não relembra um excerto de um poema de Guerra Junqueiro, O Melro...

Foi para a eira o trigo;
E armando uns espantalhos
Disse o abbade comsigo:
«Acabaram-se as penas e os trabalhos.»
Mas logo de manhã, maldito espanto!
O abbade, inda na cama,
Ouviu do melro o costumado canto;
Ficou ardendo em chamma;
Pega na caçadeira
Levanta-se d'um salto,
E vê o melro a assobiar na eira
Em cima do seu velho chapéu alto!
Chegou a coisa a termo
Que o bom do padre cura andava enfermo,
Não fallava nem ria,
Minado por tão intimo desgosto;
E o vermelho oleoso do seu rosto
Tornava-se amarello dia a dia.
E foi tal a paixão, a desventura,
(Muito embora o leitor não me acredite)
Que o bom do padre cura
Perdera... o appetite!

PortoSanto
Porto Santo a 26 de Dezembro de 2009 às 23:40

Porra!

Do que te havias de lembrar...
flordocardo a 27 de Dezembro de 2009 às 00:55

Tem a ver com tempo de festas...

Porto Santo.
Porto Santo a 27 de Dezembro de 2009 às 20:31

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