03
Jan 10

 

 

Acabei de almoçar há instantes com o meu filho.
 
É outro que me diz que a vida não é fácil.
 
Pois é. A vida não é fácil (nem cor-de-rosa). Mas teria alguma graça se fosse fácil? Esta é a pergunta que costumo dar como resposta.
 
Para alguns, todavia, será fácil.
 
Vejo no «Diário de Notícias» de hoje que para os paraísos fiscais “voou” em 2009 o valor correspondente à construção de 2 aeroportos. Que em 2009 o dinheiro colocado pelos tugas em off-shores foi superior ao neles colocado em 2008 e também em 2007. Que, segundo o Banco de Portugal, se estima haver pelo menos 15,7 mil milhões de euros de portugueses aplicados em off-shores desde 1996…
 
Parece que é fácil a vida para esta gentalha selecta.
 
Para os restantes melros e melras é que é difícil. Mas é preciso lutar.
 
Fazendo parte do todo, o amor também não é fácil – como dizia Luís Pignatteli e cantou Janita.
 
 
NÃO É FÁCIL O AMOR
 

Não é fácil o amor melhor seria
Arrancar um braço fazê-lo voar
Dar a volta ao mundo abraçar
Todo o mundo fazer da alegria

O pão nosso de cada dia não copiar
Os gestos do amor matar a melancolia
Que há no amor querer a vontade fria
Ser cego surdo mudo não sujeitar

O amor ao destino de cada um não ter
Destino nenhum ser a própria imagem
Do amor pôr o coração ao largo não sofrer


Os males do amor não vacilar ter a coragem
De enfrentar a razão de ser da própria dor
Porque o amor é triste não é fácil o amor

                                                     Luís Pignatelli (1932-1993)


(poema musicado e interpretado por Janita Salomé no álbum «A Cantar ao Sol», de 1983)
 

 

Não é fácil, de facto.
 
Mas... LUTAR É PRECISO!
 
É o que nos DÁ VIDA!
 

 

 

publicado por flordocardo às 16:44

A vida não ser fácil, é que dá gozo vivê-la, lutar por transformá-la, lutar pelos contrários, tão belos, porque senão a vida seria um aborrecimento...

Porto Santo.

Vida

Sempre a indesencorajada alma do homem
resoluta indo à luta.
(Os contingentes anteriores falharam?
Pois mandaremos novos contingentes
e outros mais novos.)
Sempre o cerrado mistério
de todas as idades deste mundo
antigas ou recentes;
sempre os ávidos olhos, hurras, palmas
de boas-vindas, o ruidoso aplauso;
sempre a alma insatisfeita,
curiosa e por fim não convencida,
lutando hoje como sempre,
batalhando como sempre.

Walt Whitman, in "Leaves of Grass"
Porto Santo a 3 de Janeiro de 2010 às 19:34

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