Acabei de almoçar há instantes com o meu filho.
É outro que me diz que a vida não é fácil.
Pois é. A vida não é fácil (nem cor-de-rosa). Mas teria alguma graça se fosse fácil? Esta é a pergunta que costumo dar como resposta.
Para alguns, todavia, será fácil.
Vejo no «Diário de Notícias» de hoje que para os paraísos fiscais “voou” em 2009 o valor correspondente à construção de 2 aeroportos. Que em 2009 o dinheiro colocado pelos tugas em off-shores foi superior ao neles colocado em 2008 e também em 2007. Que, segundo o Banco de Portugal, se estima haver pelo menos 15,7 mil milhões de euros de portugueses aplicados em off-shores desde 1996…
Parece que é fácil a vida para esta gentalha selecta.
Para os restantes melros e melras é que é difícil. Mas é preciso lutar.
Fazendo parte do todo, o amor também não é fácil – como dizia Luís Pignatteli e cantou Janita.
NÃO É FÁCIL O AMOR
Não é fácil o amor melhor seria
Arrancar um braço fazê-lo voar
Dar a volta ao mundo abraçar
Todo o mundo fazer da alegria
O pão nosso de cada dia não copiar
Os gestos do amor matar a melancolia
Que há no amor querer a vontade fria
Ser cego surdo mudo não sujeitar
O amor ao destino de cada um não ter
Destino nenhum ser a própria imagem
Do amor pôr o coração ao largo não sofrer
Os males do amor não vacilar ter a coragem
De enfrentar a razão de ser da própria dor
Porque o amor é triste não é fácil o amor
Luís Pignatelli (1932-1993)
(poema musicado e interpretado por Janita Salomé no álbum «A Cantar ao Sol», de 1983)
Não é fácil, de facto.
Mas... LUTAR É PRECISO!
É o que nos DÁ VIDA!