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Ago 12

 

*   *   *

 

NÃO TE DERRAMES

 

Não chores

Não te derrames

Haverá derramas

e depois amas

e depois mamas

- à custa de brutos geniais

que deram votos p’ra criar quintais

onde chafurdarás

como javali

na cama que fizeram para ti

 

Não desesperes mais

vai haver chuva na eira

sol nos nabais

coisas à colecta

e gente selecta

sentada (ao teu colo) nas galerias

enquanto os filhos

estudam esquadrimetrias

 

Cala teus ais

experimenta uns sais

Abrunha

É preciso ter calma

não dar o corpo pela alma

Nada de caramunha

O futuro é já ali

(enquanto alguém lá fora ri?)

 

Não te arrepenhes

Repito

não te derrames

Terás derramas

e depois amas

e depois mamas

e depois… emprenhas

 

 

C.Q. – 17/10/98

 

(Nota final - Por o considerar muito actual, passarei a designá-lo, em sub-título, por

«poema da troika»)

publicado por flordocardo às 23:44

Um poema com riso e ira, creio. Gosto!
Abraço!
Luísa a 5 de Setembro de 2012 às 16:31

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