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O sr. François Hollande sempre inspirou grande confiança e ânimo ao nosso Tó Zé Seguro (e não só). Convenhamos que o caso não era para menos, uma vez que o sr. Hollande, mesmo antes de ser eleito Presidente da França, prometia enfrentar o primarismo autoritário e mesmo reaccionário da chancelarina Merkel e seus mentores.
As coisas começaram a correr menos bem ao sr. Hollande mal ele chegou ao Eliseu. O Presidente francês, com efeito, deslocou-se à Alemanha assim que tomou posse; mas só saiu de lá com uma vaga e esfarrapada promessa: ia-se tentar descobrir uma política de aposta no “crescimento da economia europeia” que, de alguma forma, contrabalançasse a austeridade…
Passadas umas largas semanas sobre a visita a Berlim, eis que as coisas correm, agora, definitivamente para o torto ao Presidente da França... Com efeito, na semana passada o sr. Hollande comunicou aos franceses que vão ter que poupar 50 mil milhões de euros no espaço de 5 anos e que os custos do trabalho em França vão ter que diminuir em 20 mil milhões de euros por causa da “competitividade”.
O sr. Hollande, portanto, está hoje rendido ao “rigor” e à “austeridade”, tendo fechado o “crescimento” num dos armários do seu gabinete no Eliseu. O Presidente francês - que alguns saloios diziam transportar em si uma “alternativa” - rendeu-se a essa coisa, susceptível de todos os milagres e mais um, a que se convencionou chamar “pragmatismo”.
Ora eu estou em crer que a seguir à inversão do sr. Hollande há-de vir aí a inversão do seguidista Tó Zé Seguro e seus mentores. Não se esqueçam que Seguro está em plena campanha eleitoral, digamos assim. Mas bastará dar um tempo ao tempo - caso nós, povo, lhes demos tempo, algo que não convém nada, como é evidente - para assistirmos à inevitável inversão.
De facto, dar tempo a esta gente, quer ainda ao governo de vendidos de Coelho/Portas, será cometer suicídio. Não concordam?