* *
Vejo daqui o mar, a sua transparência. Todos os dias
é assim. Posso conservar os olhos fechados. Caminho
devagar por estas praias e sei há muito como existem
dentro de mim. Atravesso as dunas e depois procuro
o significado delas. O nevoeiro está perto e humedece
o meu rosto. Chega o rumor agora submisso de outras
ondas. Espero um pouco mais... Aquele que vem
ao meu encontro sabe o sentido da última palavra.
Fernando Guimarães (n. 1928)
(do livro «Lições de trevas» - Quasi edições, 2002)