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Não deixa de ser interessante que no dia da reunião do Conselho de Estado, na passada segunda-feira, tenha vindo a público uma sondagem encomendada pela Faculdade de Direito de Lisboa à Eurosondagem, avaliação cujos dados deixam em maus lençóis o acordo assinado com a troika.
Eu não costumo acreditar grande coisa em sondagens assentes em menos de 3333 entrevistas válidas (a presente alicerçou-se em somente 1025)… Porém, mesmo assim…
A sondagem em questão assinalou que 82,5 por cento dos portugueses “querem renegociar ou denunciar o acordo com a troika”. Não consigo perceber bem como é que a “renegociação” aparece misturada com a “denúncia”; nem se os inquiridos entendem o que seja uma e outra coisa - já que, aliás, uma coisa é antagónica da outra…
Seja como for, tais resultados deixam a nu algo que seria talvez impensável há um ano ou dois atrás (tal como a discussão presente, cada vez mais constante e pertinente, sobre a permanência, ou não, de Portugal no euro e até na própria UE). O que antes era(m) uma(s) "heresia(s)" tornou-se agora algo de comum discussão.
Bem podem, portanto, gritar e uivar os membros do governo e seus apoiantes, bem como muitos “opositores” civilizados instalados na pseudo-esquerda que temos. É que as coisas seguem inexoravelmente o seu impetuoso e justo rumo: a dívida não é nossa; a dívida é impagável; a dívida deve ser repudiada; é justíssima a palavra de ordem de “não pagamos!”; devemos sair da moeda única; e sair da moeda única significa sair da UE, pois no quadro do destrutivo colete de forças que a mesma tem imposto a Portugal não existe qualquer futuro para o nosso país.
Mas para tudo isto precisamos de derrubar o actual governo, substituindo-o por um governo democrático patriótico!