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E se me dissesses o que realmente vai dentro de ti?
E se, serenamente, tal fizesses defronte de mim como quem fala consigo próprio? Com a mesma precisão serena, tensa e húmida, de quem fala consigo frente ao espelho, ou na cama, no escuro da noite?
E se, depois disso, disséssemos um ao outro que os sonhos nunca morrem? Ou então que só morrem verdadeiramente quando sentimos já nada de nós ter a dar aos outros?
Eu penso que isso seria útil, seria bom, seria digno de nós.
Até porque eu tenho-te sempre presente e nunca esqueço o lugar onde tu possas estar a cada instante. E sei que há um lugar, inapagável, onde estás dentro de mim.