A semana que passou foi absolutamente fantástica, repleta de excitantes novidades.
Para esta crónica, só agora possível (e por isso atrasada), vejamos se a memória não me atraiçoa.
a) O Primeiro-ministro deu uma entrevista. Mostrou-se muito cordato, conciliador, mas sem reconhecer erro algum. A entrevistadora embarcou na coisa; não lhe perguntou pelas promessas feitas e cumpridas ao contrário... Foi fantástico!
b) Um conjunto de individualidades (economistas, ex-ministros, etc.) divulgou um manifesto, pronunciando-se contra as prioridades de investimento do governo, como o TGV e outras. Ficámos sem perceber muito bem quais as prioridades dos ditos. Mas ficámos a perceber que estão a fazer o jogo da direita mais conservadora (para a qual os grandes investimentos devem ser feitos pelos privados) e que Sócrates, ao horas antes ter resolvido adiar os investimentos até se saberem os resultados das próximas eleições legislativas, acabou por lhes fazer o jogo e desenrolar a passadeira por onde pode caminhar um futuro governo de «bloco central» (assumido ou não como tal)... Fantástico!
c) A maioria dos trabalhadores da Autoeuropa rejeitou o acordo prévio, estabelecido entre a CT e a administração da empresa. Tendo em conta todas as inverossímeis pressões vindas de toda a parte, tal decisão foi notável!
Há que aguardar por novos desenvolvimentos, pois este é um assunto relevante da actualidade e que merece maior atenção. Voltaremos a ele.
d) O Instituto do Desporto quer edificar um campo de golfe nos terrenos do Estádio Nacional, no Jamor, destruindo a pista de corta-mato ali existente. Não é fantástico?! Está a correr um abaixo-assinado contra a diatribe.
Resultado: a política está moribunda ou regressou pura e dura?