(VRAERDNTMD)
Volto à casa que para mim já foi tanto. Regresso a lugar nenhum. Aqui ninguém me chama, ninguém me escuta, ninguém me tem, ninguém me morde. E fora daqui tenho o dia repleto de horas; e só aqui, ao dormir, elas me faltam.
Regresso, sento-me aqui e é como se esperasse pelo regresso das aves. Desde que o tempo levante, quem será que pode voltar com o regresso delas? Neste lugar nenhum, ninguém sabe a resposta; nem mesmo a bela música que agora escuto.
Talvez seja por isso que, ansioso, olho o relógio de novo. Meia-noite e trinta e sete minutos. Descubro neste instante que as casas (como a minha) são magnólias ou cardos por abrir só com um pouco de sangue e de ternura.