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Faleceu ontem, aos 76 anos, o cineasta português Fernando Lopes.
Não acompanhei integralmente a sua obra, mas não vou esquecer «Belarmino», «Nós Por Cá Todos Bem», «Crónica dos Bons Malandros», «O Delfim».
Excelente contador de histórias (as filmadas e muitas outras), Fernando Lopes era um português especial com um não sei quê de cativante.
Um dia João Lopes perguntou-lhe:
- O amor ainda é possível?
Fernando Lopes respondeu-lhe:
- Sim, se tivermos a coragem de voltar ao princípio.
Nunca esquecerei tal resposta.
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CINEMATECA
Sábado, dia 12
21.30 horas – Sala Dr. Félix Ribeiro
FAHRENHEIT 451
Grau de Destruição
De François Truffaut
Grã-Bretanha, 1966 - 113 min.
legendado em português
Único filme de Truffaut realizado fora de França e único falado em inglês.
Num inquietante futuro próximo, dominado pelo audiovisual (as paredes são gigantescos ecrãs de televisão), a leitura tornou-se um acto subversivo e os livros são condenados ao fogo. Fahrenheit 451 é a temperatura a que arde um livro e o protagonista desta adaptação de uma novela de Ray Bradbury faz parte da brigada de destruição. Mas uma mulher convence-o a desobedecer à lei e ele torna-se um leitor. Passará então para o outro lado, engrossando a fileira dos “homens-livros” que memorizam as obras para as salvarem do esquecimento.
Este filme é programado por ocasião da reabertura da livraria da Cinemateca.
Eis um filme que gostaria de rever neste próximo sábado.
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Um dos meus filmes dilectos. Divertidíssimo. Não sei como farão, mas se puderem não percam.
É já amanhã (e amanhã, por esta altura, estarei a fazer uma ressonância magnética).
Cinemateca
Quinta-feira, 3 de Fevereiro de 2011
IRMA LA DOUCE
De Billy Wilder Estados Unidos, 1963 - 141 min. (legendado em português) |
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15.30h - Sala Dr. Félix Ribeiro
«Proibido em Portugal até ao 25 de Abril, IRMA LA DOUCE foi também um “caso” no seu país de origem. Apesar de já se estar em 1963 e de a censura andar a ser “batida” aos pontos por realizadores rebeldes, a forma como se representaram as prostitutas a trabalhar, sem eufemismos para a profissão, foi considerada demasiada audaciosa. Mas todo o filme joga tanto com o que é mostrado como com o que é elidido. IRMA LA DOUCE, uma das mais divertidas, irreverentes e provocantes comédias de Wilder, foi outro “prego” no caixão do código de censura, com Shirley MacLaine num dos papéis da sua vida, e Jack Lemmon inesquecível na figura do polícia-chulo.»
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COM QUE VOZ |
Alain Oulman e Amália Rodrigues - a história em documentário.
Estreado no DocLisboa 2009, onde arrecadou o prémio de Melhor Primeira Obra, COM QUE VOZ, de Nicholas Oulman chega às salas de cinema portuguesas no próximo dia 27 de Janeiro. Documentário biográfico sobre Alain Oulman e sobre a sua estreita relação artística com Amália Rodrigues, o documentário é também um retrato social e politico de Portugal nas décadas de 60 e 70 do século XX. O homónimo e recentemente reeditado álbum de Amália Rodrigues Com que Voz foi o primeiro disco em que a composição dos temas era exclusivamente assinada por Oulman. Gravado em apenas duas noites, o álbum foi editado pela primeira vez em Janeiro de 1970. Agora chega-nos o documentário que nos revela esses tempos. A ver.
SINOPSE Alain Oulman nasce em Lisboa em 1928 no seio de uma família judaica tradicional de origem francesa. Era um apaixonado por livros, por música e por Amália Rodrigues, com quem colaborou de uma forma duradoura e muito próxima. Perseguido pelo regime de Salazar e mais tarde exilado em França, Alain Oulman foi um dos grandes responsáveis por trazer para a música de Amália nomes grandes da literatura como Luis de Camões, Alexandre O’Neill, Pedro Homem de Melo ou David Mourão Ferreira. Oulman parece ter vivido várias existências - todas elas brilhantes - que neste filme realizado por Nicholas Oulman, seu filho, nos são agora passíveis de finalmente conhecer. |