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Foi boa a viagem até Constância, na passada segunda-feira!
Mas há por ali algo que já tem a ver com a crise actual. Eu depois explico melhor.
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Foi boa a viagem até Constância, na passada segunda-feira!
Mas há por ali algo que já tem a ver com a crise actual. Eu depois explico melhor.
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Faltou contar-vos a segunda peripécia...
Quarta-feira, depois da visita ao Museu, resolvo ir até à Ribeira de Nisa. Uma piscina municipal em plena Serra de S. Mamede, com barzito e tudo, parecia bem para terminar a tarde. Táxi e aí vou eu.
Pago, saio, desço e, surpresa das surpresas, a piscina estava fechada! Dá para acreditar? Não... A verdade é que quarta-feira era o dia de descanso semanal da dita cuja!...
Felizmente sou português e um português nunca se atrapalha. Investigo a melhor forma de dar o salto e, passado uns instantes, aí estou eu!
Relva, árvores, mesas, bancos e uma piscina só para mim, só para mim!
Dá para acreditar? Dá, dá - ou se dá!
Pelas 18.45 horas chamo o táxi e conto o sucedido. Mil desculpas! «Eu nem sabia que isto fechava, ó amigo!». Desculpas aceites, claro.
E assim terminou a minha escapadinha a Portalegre (conhecendo gente bem simpática, convirá acrescentar).
(PS 1 - Espero que a Câmara Municipal não descubre a invasão e me venha a enviar alguma multa.
PS 2 - Comidinha?, perguntarão vocês... Eu digo que foi excelente. Eis as minhas refeições, por ordem cronológica e tudo: plumas de porco preto, sopa de cação, ensopado de borrego e bife à «Escondidinho».)
Pois foram longas caminhadas entre o Rossio e a Praça da República, e vice-versa, e ruelas e becos circundantes.
Boas caminhadas numa cidade da qual gostei, embora seja mais íngreme do que imaginava; embora necessite de muita recuperação habitacional.
Uma cidade diferente, de facto; que ora me fez lembrar a vila de Constância, ora a cidade de Castelo Branco ou mesmo a de Viseu.
Disfrutei de belas vistas e d e v á r i a s p e r i p é c i a s t a m b é m . A c o m e ç a r n a i d a , c o m u m a a v a r i a d a c a m i o n e t a e 6 K m s . d e M o r a .
L o g o , u m a t r a s o d e 3 5 m i n u t o s n a c h e g a d a a P o r t a l e g r e . . . P a c i ê n c i a . D e p o i s , n a q u a r t a - f e i r a , a b e l a s u r p r e s a q u e f o i v i s i t a r o M u s e u d a T a p e ç a r i a d e P o r t a l e g r e . M a g n í f i c o e s p a ç o , m a g n í f i c a s p e ç a s . U m s í t i o o n d e n o s a p e t e c e f i c a r m a i s t e m p o e o n d e u r g e v o l t a r !
Não deixem de lá ir. É obrigatório!!!
Pois, com efeito... Segundo dia em Portalegre.
Logo que possa darei pormenores. Isto é só para actualizarem o vosso GPS.
Continuem por aí.
Os defensores da Linha do Tua anunciaram que conseguiram abrir o processo de classificação da ferrovia transmontana como monumento de interesse nacional, o que poderá vir travar a construção da barragem de Foz Tua se a decisão for favorável.
Apoio!
Só quem nunca percorreu esta via ferroviária pode admitir que ela venha a desaparecer de vez!
Não sou, desde já confesso, particular admirador da poesia de Manuel Alegre (mas justo será dizer, igualmente, que não tenho acompanhado até à exaustão a sua obra). Na certeza porém, há um livro deste autor que considero belíssimo, talvez por ser algo diferente (na criação do verso, no ritmo, na metáfora, na temática) daquilo que normalmente associo à poética de Alegre. Esse livro intitula-se «Senhora das Tempestades» e foi editado pelas Publicações Dom Quixote em Fevereiro de 1998.
Estive a relê-lo, de fugida, ontem e hoje. Dele vos deixo aqui um poema.
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Foz do Arelho
ou
Primeiro Poema do Pescador
Este é apenas um pequeno lugar do mundo
um pequeno lugar onde à noite cintilam luzes
são os barcos que deitam as redes junto à costa
ou talvez os pescadores de robalos com suas lanternas
suas pontas de cigarro e suas amostras fluorescentes
talvez o Farol de Peniche com seu código de sinais
ou a estrela cadente que deixa um rastro
e na mais.
Um pequeno lugar onde Camilo Pessanha voltava sempre
talvez pelo sol e as espadas frias
talvez pela orquestra e os vendavais
ou apenas os restos sobre a praia
«pedrinhas conchas pedacinhos d’osso»
e nada mais.
Um pequeno lugar onde se pode ouvir a música
o vento o mar as conjugações astrais
um pequeno lugar do mundo onde à noite se sabe
que tudo é como as luzes que cintilam
um breve instante
e nada mais.
Foz do Arelho, 8.8.96
Vila ribeirinha, vila poema, na confluência do Tejo com o Zêzere. Estou mortinho por lá voltar!!!
Deve ser pelo facto do sol ter despontado.
Constância, desde ontem que não me sai da cabeça.
Talvez vá até lá pelas Festas do Concelho - 3, 4 e 5 de Abril.